quinta-feira, 4 de março de 2021

Aniversário da pandemia!

 

Brasil.

Pandemia.

Vai fazer um ano... um ano de isolamento.

Um ano de crianças sem escola, um ano de homeoffice.

Um ano agradecendo que não perdi ninguém, que as pessoas mais próximas não se contaminaram.

Um ano não vendo quase ninguém, trabalhando de meias, descalça, de short... um ano de reuniões pontuais on-line, fone de ouvido horas por dia, um ano de adaptações de mesa de trabalho e do dia a dia.

Dois anos do pior governo da história. A raiva, então, tem mais de um ano. Mas cresceu bem nesse ano.

Mais de 250 MIL mortos. Não estamos no fim. Existe vacina, mas não existe Ministério da Saúde ou Governo que queira nos vacinar. 



A segunda onda está aqui, sem nunca termos de fato saído da primeira, e não estamos no ápice.



Em Brasília, LOCK DOWN. O primeiro. Não tem UTI (se tivesse onde internar os casos graves, estaríamos liberados.

Máscaras, álcool gel, nova variante mais contagiosa do vírus, Deus queira que as vacinas ainda funcionam, e tem de lavar as mãos, lavar a roupa, lavar as louças que se multiplicam e inundam a pia da cozinha várias vezes por dia, e tem de pedir almoço, e tem de pensar no lanche, e tem de ir no mercado, e tem de manter a sanidade. Sim, temos de manter a sanidade.

Quer quebrar tudo, mas não pode.

Quer fugir de casa, ou do Brasil, ou do mundo - mas não pode.

Quer passar o dia deitada, luz apagada, cortina fechada, mas não pode.

Quer gritar! Gritar pode, mas... de que adianta?

Quer mesmo que algumas pessoas desapareçam, deixem de existir! Quem sabe sem elas as coisas não tomam um rumo melhor? Mas não há nada que se possa fazer sobre isso agora, preso em casa, lockdown.

A angústia maior nem vem da constatação de que vai fazer um ano... vem de não ter ideia de quanto tempo ainda teremos pela frente... disso... desse descaso, desse pesadelo, dessa doença, desse desgoverno, da ameaça.

Sonhei que me trancavam num quarto no subsolo - para minha proteção. Eu me sentia protegida, e me sentia presa. Não sabia se era para o meu bem ou para me fazer mal.

Estamos presos para nossa própria salvação.

Triste...

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