quarta-feira, 30 de junho de 2010

Venceu?

Era uma vez um extintor de incêndio vermelho, de parede.

Um dia, ele venceu!

E, vencendo, deixou te ter valor e se tornou um perdedor.

terça-feira, 29 de junho de 2010

O barro e o homem.

Se o homem foi feito do barro mesmo, eu não sei (e pra falar a verdade, duvido muito).

Sei que há o barro, e há o homem.

Ontem, matutando sobre a diversidade de temperamentos humanos, mais uma vez tentando encontrar o porquê de algumas pessoas acharem que é tão bom ser insuportável, veio-me a mente a idéia de como as palavras se assemelham ao barro.

Há barro, há homem, e há palavras.

Os homens (seres humanos) se utilizam do que há no mundo para se contruirem, e contruirem o mundo também. Nessas construções, usam o barro e as palavras.

Há quem, com barro, só faça poeira, sujeira, lama.
Há quem faça tijolos.
Há quem faça bolotas pra jogar nos outros.
Há quem faça panelas, potes, vasos, utensílios vários.
E há quem faça esculturas.

As coisas estão pelo mundo, e há quem se utilize das coisas pra fazer pior a vida alheia.

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Torcer pelo Brasil!

Independente das épocas dos anos, eu torço pelo Brasil.

Em anos bissextos, temos Olimpíadas.

Sempre dois anos depois, temos Copa do Mundo, coincidindo com as Eleições (que, de acordo com Rita Lee, têm um lugar bem menos prioritário do que a Copa nos corações brasileiros).

Independente disso, eu torço pelo Brasil.

E penso que torcer tem de vir do coração, com apoio positivo da razão! Como assim? Já te explico.

Tem gente que só torce se achar que o time tá bom. Já ouvi vários "não tô torcendo pelo Brasil, o Dunga é um mané", ou "não tô torcendo pelo Brasil, esse time não tem chances". Eu, a pessoa que aqui escreve, não trabalha na FIFA. Não escolho o técnico. Não tenho um time, nem acompanho a vida e a qualidade de cada um dos jogadores de futebol do "mundo". Se o Dunga é bom ou não? Ah, sei lá, deve haver melhores, deve haver piores. Os jogadores e o técnicos são umas pessoas, seres humanos, cheios de defeitos e qualidades como qualquer um dos outros seres humanos do mundo (ó nóis aí!).

E é pelo Brasil que eu torço. Quando essas pessoas estão lá, representando meu país, são todos credores de minha devota fé (poético isso!). Eles me representam (e a você, brasileiro) lá, e o meu sentimento deve ser tipo o que os pais deveriam ter quanto a seus filhos: independente de tudo, acredito que chegarão longe, e torço muito!

E vibro pelo Brasil a cada dia. Vibro com os gols, com as melhoras na vida de meus compatriotas. Vibro quando desmontam alguma quadrilha, pois tenho esperança que o tráfico de drogas e a violência podem diminuir. Vibro e sofro quando identificam e prendem pessoas cruéis, capazes de destruir com seus caprichos a vida de crianças, de seus próprios filhos e filhas, netos e netas. Vibro quando alguns de nossos representantes eleitos que se esqueceram de que não são representantes apenas de seus próprios umbigos são pegos, têm seus mandatos cassados (olha que lindo, não é com "ç"!) e alguns até mesmo vão pro cubículo gradeado que fazem jus (que não é com "z")!! Vibro com a alegria e a espontaneidade do povo brasileiro, com a afetividade explícita, e com o sol e os ipês floridos da minha cidade!

E sofro pelo Brasil a cada dia. Sofro com um certo egoísmo cultural generalizado, sofro com a banalização de coisas sérias. Sofro com as mulheres que se vendem como frutas, abdicando de seus cérebros que atrofiaram enquanto hipertrofiavam outras partes do corpo. Sofro com a prostituição precoce de meninas a quem não são dadas outras oportunidades. Sofro com a violência crescente. Sofro quando meu time Brasil leva um gol, quando perde...

Eu torço pelo meu país. Com seus defeitos, com suas qualidades, eu quero que chegue longe. Minha torcida vem do coração, e o amor é míope mesmo. E eu tento fazer a minha parte, com boas ações e boas energias, pra que ele seja sempre campeão!

How about you? ;)

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Cansaço.

O bom humor do mundo hoje me deixou.
Estou chata, ranzinza e rabugenta desde que o despertador sambou pra me tirar da cama.

Posso culpar a TPM, mas ela tem cúmplices pacas.

As pessoas são irritantes. Às vezes são lindas e fofas e tal, mas hoje elas são irritantes. Todas. Incluindo você. E incluindo eu mesma.

E os computadores?
Vou te contar um segredo: são buracos negros de tempo!

Sim, eles te vendem (e te vendem eles com) uma idéia bem bonita de que vão facilitar horrores sua vida! O que você faria em três dias, com a ajuda das maravilhas tecnológicas você é capaz de fazer em duas horas!!

Só não te contaram que o tempo que eles te economizam, eles te cobram em dobro.

Eles dão ao mundo a certeza de que o que faria em três dias você agora efetivamente FAZ em duas horas, e o mundo pode esperar que em três dias você faça doze vezes o que fazia em três dias. E o mundo vai te cobrar isso. E você vai ver que pra fazer doze vezes o que você fazia em três dias, você vai gastar uns cinco dias (inclusive por problemas de ordem tecnológica), e vai se sentir um fracassado por esses dois dias a mais. Vai se cobrar mais, vão te cobrar mais, e você vai ficar estressado.
E vai perceber, depois de um tempo, que tem muito menos tempo desde que te venderam objetos que iam te economizar tempo!

E eu estou nhé mesmo.

terça-feira, 22 de junho de 2010

Uma pessoa apaixonada!

Uma pessoa apaixonada às vezes nem sabe direito como a vida pode parecer tão diferente, mesmo estando tão parecida!

Ela acorda mais cedo do que gostaria, devido a compromissos, e ao invés de resmungar se emociona com o sol, que parece mais bonito e gostoso àquela hora do que em qualquer outra hora!

Ela pega um pequeno engarrafamento, e passa esse tempo a mais cantando, curtindo o calor do sol num dia frio de inverno, curtindo uma alegriazinha que veio tirar férias em seu peito, sem aviso de onde veio...

A pessoa apaixonada sente que há vida em excesso. Tem vontade de se derramar, de se explodir, de ocupar o mundo! Não entende direito o mal humor, a grosseria, a falta de educação, a raiva, o egoísmo, a maldade que insiste em existir, e que não some nem mesmo quando se vê a vida por lentes cor-de-rosa.

Sente uma paz tão agitada, tão inquietante, que até aperreia, porque não pode durar pra sempre... é, não pode... essa alegriazinha, de férias, um dia deve partir, sempre parte.

Mas o momento da partida não é chegado, e ninguém vai dizer à pessoa apaixonada que sofra de véspera! Porque, acima de tudo, a pessoa apaixonada sempre tem certeza da eternidade, a esperança de que a alegriazinha goste desse peito e se mude de mala e cuia, pra nunca mais ela ir embora, "pra nunca mais tu me deixar...".

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Imprevistos!

Tem uma pilastra do meio da parede, no meio da parede tem uma pilastra.

E a vida consiste em lidar com os imprevistos que sempre surgem pra nos mostrar que, obviamente devemos fazer planos, mas mais obviamente ainda, devemos nos desapegar de nossos planos, porque a realidade não liga lhufas para nossas expectativas.

Mais uma vez, o caminho do meio: não dá pra viver à deriva, sem rumo, sem objetivo... mas não queira ser inflexível com os planejamentos que faz, ou você infartará muito antes da hora!

E quando aparece a tal da pilastra, bem lá no meio da parede que deveria se desintegrar, como não queremos botar o resto do mundo abaixo, nos resta a adaptação: adaptar os planos, os projetos, as idéias, os pensamentos, os quereres, os fazeres...

Adaptar não é acomodar, não é a xoxisse, o "tanto faz", a inércia, a apatia... adaptar é mudar a rota. É, face aos imprevistos, traçar um novo melhor rumo, um novo melhor plano que leve em conta aquele monstro que não deveria estar ali, mas está.

C'est la vie...

sexta-feira, 18 de junho de 2010

E mais Saramago...

Humanidade
Por Fundação José Saramago
"Têm razão os cépticos quando afirmam que a história da humanidade é uma interminável sucessão de ocasiões perdidas. Felizmente, graças à inesgotável generosidade da imaginação, cá vamos suprindo as faltas, preenchendo as lacunas o melhor que se pode, rompendo passagens em becos sem saída e que sem saída irão continuar, inventando chaves para abrir portas órfãs de fechadura ou que nunca tiveram."
In A Viagem do Elefante, Editorial Caminho, p. 223
(Selecção de Diego Mesa)

Babel
Por Fundação José Saramago
"Todos os dicionários juntos não contêm nem metade dos termos de que precisaríamos para nos entendermos uns aos outros."
In O Homem Duplicado, Editorial Caminho, 2.ª ed., p. 127

O silêncio
Por Fundação José Saramago
"Provavelmente está feito de suspiros o silêncio que precede o silêncio do mundo."
In Cadernos de Lanzarote, Diário IV, Editorial Caminho, 3.ª ed., p. 204

Esta crise
Por Fundação José Saramago
"Esta crise – iniciada em 2007 – está a fazer com que se desmoronem muitos princípios liberais ou neo-liberais: parece que afinal o mercado não se regula sozinho, que pode colapsar-se, e então, oh, há que chamar o estado… Está claro: privatizam-se os lucros, as perdas assumimo-las todos. Parece que esta crise acabará com um regresso ao estado perante um liberalismo que se vendia como a salvação, o fim da história… Embora também possa acontecer que se mude alguma coisa para que tudo continue na mesma. O capitalismo tem a pele dura."
José Saramago ao jornal Expresso, Lisboa, 11 de Outubro de 2008

Podemos mais
Por Fundação José Saramago
"Esta palavra esperança, com maiúscula ou sem ela, o melhor é riscá-la do nosso vocabulário. Só os exilados e os desterrados que se conformaram com o desterro e o exílio a devem usar, à falta de melhor. Dá-lhes consolo e alívio. Os não conformados têm outra palavra mais enérgica: vontade."
“Esta palavra esperança”, in Deste Mundo e do Outro, Editorial Caminho, 7.ª ed., P. 153 (Selecção de Diego Mesa)

Saramago

Educar para a paz
Por Fundação José Saramago

"Resulta muito mais fácil educar os povos para a guerra do que para a paz. Para educar no espírito bélico basta apelar aos mais baixos instintos. Educar para a paz implica ensinar a reconhecer o outro, a escutar os seus argumentos, a entender as suas limitações, a negociar com ele, a chegar a acordos. Essa dificuldade explica que os pacifistas nunca contem com a força suficiente para ganhar… as guerras."

Mais um triste dia... =(

Outra morte que me toca, essa mais de longe...

Morreu Saramago. Viveu muito, escreveu demais, pontuou de menos... Tem quem não goste de seu estilo, livre e flúido, poucos pontos e letras maiúsculas, muitas vírgulas, sem o famoso "dois pontos parágrafo travessão" pra exibir diálogos...

Eu amo. Entre forma e conteúdo, fico com o segundo. E o conteúdo dos escritos de Saramago é fantástico. Já me senti caminhando com Jesus, me apaixonando com ele, brigando com Deus ao lado dele, no Evangelho Segundo Jesus Cristo.
Já imaginei as consequências, e sofri, com uma epidemia de cegueira branca, vendo aflorar o melhor e o pior do ser humano, o caos, a essência...
Hoje acompanho Caim, e entendo seu crime, e é tudo tão humano...

Estou triste. Em meio de Copa do Mundo, essa foi a notícia que mais me abalou essa semana.

Segue uma postagem dele...

"Acho que na sociedade actual nos falta filosofia. Filosofia como espaço, lugar, método de refexão, que pode não ter um objectivo determinado, como a ciência, que avança para satisfazer objectivos. Falta-nos reflexão, pensar, precisamos do trabalho de pensar, e parece-me que, sem ideias, nao vamos a parte nenhuma."
Revista do Expresso, Portugal (entrevista), 11 de Outubro de 2008

quinta-feira, 17 de junho de 2010

crescer

O que você queria ser quando crescesse?
Deu certo?

Eu não sabia... mas hoje sei que ainda não cheguei lá!

Quando crescer, eu quero ser um pouco diferente de hoje!
Na verdade, já cresci bastante...

Quando crescer quero ser menos adulta em alguns pontos e mais madura em outros.

Quero dedicar mais mais tempo pros "eu quero" do que pros "tenho que".

E se até lá não mudar de idéia, eu quero ser psicóloga quando crescer!

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Individualidade x sociedade - Mário Corso

O dramático em nossa sociedade é justamente a exigência da individualidade, o valor que damos a ser únicos, ímpares, e ter que conviver numa sociedade a cada dia mais massificadora. A individualidade é vendida como algo natural – e não como uma construção social de alguns séculos. Dá muito trabalho e é fonte de um bate-cabeça eterno com nossos semelhantes.

É complicado de compreender, já que nossa subjetividade nasce dessa interação: é o olhar da mãe, é o modo como nossa família fica dizendo o que somos e o que seremos que nos constitui como alguém que acabamos nos tornando um dia. Mas passamos o resto da vida tentando lidar, nos digladiando com a importância superlativa que esse olhar do outro tem sobre nós. Precisamos partilhar a vida com outros seres humanos, amar e ser amados, mas odiamos depender tanto, e acabamos mesmo odiando todos aqueles cuja presença no mundo parece ocupar o mesmo lugar da nossa ou mesmo excluí-la.

Vivemos em camadas onde o círculo da intimidade, das classes sociais, das culturas, nada disso dialoga entre si. Temos pavor de todo tipo de diferença e questionamento. Portanto, não adianta treinar as crianças para a tolerância se estamos tentando abafar nelas, e em nós, tudo aquilo que nos impede de compreender o contexto maior da nossa vida, a repercussão de nossos atos e pensamentos individuais sobre o lugar e o tempo em que vivemos. Nosso isolamento alienado faz com que tudo seja vivido como ameaça à nossa integridade. Tendemos, então, a sermos defensivos como cães em seu jardim.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Percebi que,

ao contrário do Renato Russo, eu continuo desperdiçando chances de provar pra todo mundo que eu não preciso provar nada pra ninguém...

=/


.

O anormal e o incomum.

Meu avô às vezes, quando ficava bravo com alguém, xingava a pessoa de "comum".
Acho isso fantástico.

Estamos na era da massificação da individualização. Todos querem se sentir super únicos e especiais, na verdade buscando se parecer muito com um tipo específico de único e especial que lhes agrade, um modelo com o qual se identificam. E dá-lhe o consumismo...

Daí temos todas as "tribos": playboys, patricinhas, mauricinhos, malas, emos, punks, hippies, junks, afroreggaes, nerds, roqueiros, pagodeiros, forrozeiros, bombados... na base do consumo, se diferenciam de todos os outros, ficando iguais idênticos a todos os outros do modelo escolhido... na verdade, bem comuns dentro de sua tribo...

Quase nada contra, se diferenciar de uns é se identificar com outros, não há muito pra onde fugir.

Minha encrenca é outra. Ninguém quer ser comum, mas todos querem se dizer normais. Melhorando a frase, todos querem ser incomuns e diferentes e únicos, mas ninguém quer ser tachado de anormal.

E é aí que eu protesto.

Desde que inventaram a estatística e deram àquela curva em forma de sino o fatídico nome de "curva normal", ser incomum se transformou em ser anormal. E o rótulo para a minoria que não se encaixa lá no meio da cueca (é a curva vista de baixo pra cima) come solto. Se você apresenta alguns desvios-padrão em relação à média, só lamento, é um anormal.

Só é normal quem é bem parecido com a maioria (comum).

Agora, por que é que sinônimos (comum e normal) viraram antônimos (quero ser tido como normal, mas não quero ser visto como comum), ninguém nunca me explicou.

Por isso, pra diminuir a rotulação, que gera tanto preconceito e discriminação e sofrimento para os "não-normais", sugiro que a curva passe a se chamar "curva comum", o que inclusive combina muito mais com o espírito da estatística.

Assim, se você esta na média, é comum. Se é diferente, é incomum. E anormal é o esquindô de cócoras nos cabrobró do brejo!

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Declaração de Clara Ação

E se não se falar em amor?
E se isso não fizer falta?
E se o "para sempre" nunca for mais
do que um simples "agora" a mais?

E se, ao jogarmos fora as certezas
com elas forem embora também as dúvidas??

E se, para ser feliz, for preciso abrir mão de querer ser feliz,
e se decidir apenas por viver...

E se eu não criar de você imagens,
não te aprisionar em modelos,
não pensar que te conheço bem,
nem saber de cor suas reações, nem ler seus pensamentos, nem predizer as suas falas...
E se com isso eu mantiver a capacidade de permanecer me encantando,
de me surpreender, de conhecer ainda mais, sem a pretensão de realmente vir a saber...

E assim te garantir liberdade,
liberdade para ser você, para mudar, para ser outro você, se assim quiser,
sem que isso me assuste ou me afaste...

E se eu também não te der certezas?
Não permitir que me desvende ao todo...
Se eu parar de criar regras, pra mim mesma e para o mundo?

E se eu me permitir a instabilidade, a flexibilidade, o não saber, o mudar de idéia, o descobrir, o abandonar?

E se então abandonássemos as sempre falsas e até ontem necessárias ilusões de controle?
E se assumíssemos o tamanho do nosso desconhecimento, de nós mesmos, do outro, do mundo, sem que isso nos trouxesse desespero ou paralisia?

E se a única promessa feita for a de ser sincera e ser delicada,
e ser cuidadosa com todos os sentimentos envolvidos?

E se ao ter medos, que nós os enfrentemos...
que não fujamos dos infinitos desconhecidos que aparecem quando abraçamos esses caminhos de incertezas...

E se o compromisso for manter simples,
manter tranquilo cada coração,
manter a honestidade consigo mesmo...
E manter o carinho, e o sorriso, e o abraço...

...não sei o que seria isso afinal, mas...
o que mais haveríamos de querer?


25/11/2009

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Viajando...

Se eu tivesse nascido no Japão, de mãe e pai japoneses, o quanto de mim mesma eu seria hoje?

O quão igual eu pensaria ao que penso hoje? Será que eu falaria e escreveria tanto, se escrevesse com aquelas letrinhas bonitinhas e que pra mim, hoje, não significam nada?

Será que eu seria tão questionadora e gostaria tanto de abraços se eu tivesse nascido e vivido naquela cultura de lá??

Talvez fosse tão nerd quanto sou hoje...

Será que eu poderia viver a vida toda sem feijão preto e brigadeiro (não juntos, óbvio)?

E se eu tivesse nascido numa favela do Brasil? Se meu pai fosse traficante? Se o pastor da igreja tivesse abusado de mim? Se minha mãe me espancasse? Se eu fosse analfabeta (ok, eu não estaria escrevendo aqui), e não tivesse lido tudo que li até hoje... o que eu seria comparado com o que sou hoje?

Eu sei, sei de verdade, que pensar nos "se" não leva ninguém pra frente. Mas acho que refletir sempre vale a pena.

Nada disso aconteceu, e hoje sou isso aqui. Você não é isso aqui, porque isso aqui sou eu. Você quer me entender? E se nem eu me entendo?!

A injustiça me incomoda, a incoerência entre discurso e ação me irrita, a infantilidade me cansa... resmungos e reclamações me chateiam, a tristeza me entristece, a dor me enternece, a simpatia me agrada e o amor me move.

Palavras

"::: Palavras

Palavras não são só palavras... Nunca. Palavras têm forma, cor e textura. Palavras têm peso, cheiro e gosto. Palavras têm alma e têm rosto. Palavras têm vida.

Existem palavras-arma, que atiram e machucam, podem até matar. Não pessoas, sentimentos.
Palavras-agulha, o que elas injetam faz efeitos diferentes em cada um. Ou não fazem efeito algum.
Palavras-bálsamo, se ditas na hora certa aliviam a dor.
Palavras-chiclete, ficam marcadas e grudadas pra sempre.
Palavras-felpa, nunca dá pra consegue extrair por inteiro.
Palavras-chave, que abrem qualquer porta. São as mais perigosas, nunca se sabe o que vai encontrar. Pode ser um trem, que te atropela, um jardim ou um local de acesso restrito.
Palavras-kleenex, servem pra secar lágrimas, Palavras-borboleta, que voam, palavras-pernilongo, zumbem no seu ouvido e você não sabe de onde vêm. E meu Deus, as palavras-tumor, se retiradas a tempo não matam.

As palavras nunca são só palavras. Sim, a boca só obedece o cérebro, logo, palavras são pensamentos, de momento ou de uma vida. Antes de sair, elas passam pela alma e pelo coração. E pela cabeça. Então, my beloved, cuidado com as palavras, elas são tudo que eu tenho agora.

Clarah
26.5.97"

Captou?

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Se fosse fácil todo mundo era...

Filhos do Câncer (Zé Ramalho - Fagner)

Hoje quero sentir-me, quando deitar-me nas pedras
Como um lagarto que dorme, na incoerência das eras

Sentar-me-ei entre feras e sentirei no seu hálito
A solução das esperas e um sofrimento esquálido

Adormecendo as uvas, reconstruindo em favas
Aconteceram as chuvas, redespertaram em lavas
Compareceram em chamas, estrangularam as falas
Carbonizaram miúdos, perpetuaram-se em galas

Filhos de freud, filhos de marx
Filhos de brecht, filhos de bach
Filhos do câncer, filhos de getúlio
Filhos do carbono, filhos de lampião

Se fosse fácil todo mundo era
Se fosse muito todo mundo tinha
Se fosse raso ninguém se afogava
Se fosse perto todo mundo vinha

Se fosse graça todo mundo ria
Se fosse frio ninguém se queimava
Se fosse claro todo mundo via
Se fosse limpo ninguém se sujava

Se fosse farto todos satisfeitos
Se fosse largo tudo acomodava
Se fosse hoje todo mundo ontem
Se fosse tudo nada aqui restava

Se fosse homem junto com mulher
Se cada bicho fosse como vou

Se fosse tudo claro pensamento
Nesse momento nada se criou

E um pouco mais de Averbuck.

"::: A Ordem

A ordem foi escolher entre meu corpo e minha alma. Ambos são teus, mas segundo a ordem, tinha que escolher. Girando em torno do Sol, segue a ordem que vem de dentro, te ouve. Senão, é falsa moral. É não ser livre. É sucumbir ao que tu não quer, é ser o que tu critica. Deixa fluir, faz o que tu sentir, não te prende ao que querem, nem ao que quer que seja, não existe certo ou errado, são só caminhos opostos. E eu expando a minha luz, Clarah, sem me reprimir nem me culpar. Eu sigo a minha ordem. Sou líder da minha vida, e a minha liberdade é de alma, mas mantém o corpo preso. E eu queimo, me queimo, ardo em febre, ferro em brasa, minha carne, meu karma. Ainda não somos seres etéreos, luv. Ainda temos essa carne densa que nos prende e nos afasta. Mas não faz mal. Tu escolheu minha alma."

de Clarah Averbuck

Na companhia de Freud e de minha bexiga...

... passei a manhã no hospital.

Um dos maiores prazeres do ser humano, o de urinar, estava me penalizando com dores e queimações. Esperei alguns dias, às vezes é frescura e passa sozinho... depois de 2,5 dias não passou sozinho, não era frescura, piorou e resolvi procurar um dotô.

Acordei antes das 7h, antes das 8h estava no pronto socorro do hospital. Às 9h o dotô me antendeu, às 9h05 me encaminhou ao Sabin pra colher amostra (hospital particular, 1 hora de espera e 5 minutos de consulta... pois!). No Sabin disseram que o resultado sairia em mais ou menos uma hora, resolvi esperar lá. Afinal, Freud estava comigo.

E eu estou apaixonada por ele. Ele escreve de um jeito tão simpático! É como conversar com um amigo bem inteligente, mesmo só ele falando e eu escutando (lendo). Serei obrigada a colar trechos do livro aqui!

Mas não agora... cheguei no trabalho quase 13h, com o diagnóstico de infecção urinária e um antibiótico poderoso de dose única pra tomar. Se tudo correr bem, amanhã voltarei a sentir esse simples prazer...

terça-feira, 8 de junho de 2010

O bom da TPM!

O bom da TPM é poder por a culpa nela.

Eu, por exemplo, não estou de TPM. Mas estou tremendamente irada, uma Raiva que se hospedou aqui, sem motivo certo, que às vezes vai ali e logo volta, mas embora pro Beleléu ou pra Conchinchina ou pra Tanzânia ela não vai... e isso já dura dias incontados.

Nas ausências da Raiva, outros sentimentos dão as caras. Melancolia em primeiro lugar, aquela saudade de sei-lá-o-que, um aperto no peito e vontade de chorar pelas coisas menos emotivas do universo. Se não é a Melancolia, às vezes dona Euforia vem. E o mundo fica ma-ra-vi-lho-so, liiiiiiiiiiindo, estupeeeendo e eu me sinto tããããooooooo feliz e alegre e saltitante!!!!

Às vezes vem o Desespero. Tenho mais livros do que tempo pra ler, mais amigos do que finais de semana pra curtir, mais obrigações do que gostaria, menos tempo a toa do que gostaria, e não consigo equilibrar, não consigo organizar, não consigo dar conta. Desespero, as coisas estão quase sempre meio fora de controle (sometimes, totalmente).

Mas aí a Raiva volta. Sinto-a circular junto com meu sangue, minha expiração deve ter o cheiro dela. E sinto raiva porque o dia está lindo(!) e eu estou presa no trabalho. Sinto raiva porque meu chefe me passa trabalho (e eu sei que essa é a função dele). Sinto raiva porque sei que vou pegar trânsito no fim da tarde, e não posso fugir disso. Sinto raiva, RAIVA, e ponto final.

Se eu fosse mais (muuuuuito mais) doida, eu poderia matar alguém. Se eu fosse um pouco mais doida, eu poderia falar palavrões e mandar as pessoas para lugares feios. Sendo eu apenas eu mesma, eu só a sinto, a raiva.

E nem posso culpar a TPM. =/

Silêncio Constrangedor

Pois!

Sempre que estou em uma festa ou reuniãozinha, quando todos estão eufóricos e agitados e falantes e empolgados, sempre começo a esperar por ele: o Silêncio Constrangedor.

Deve haver uma boa explicação... a sensação é que o assunto de todos acaba no mesmíssimo exato instante, e no máximo um "ai ai..." anuncia que ele chegou. Então todos, sem exceção, parecem de repente ficar sem graça, olham pro chão, pro teto, pro relógio, pras unhas... ninguém se olha nos olhos quando ele chega. Talvez por alguns segundos nem passe nada pelas suas cabeças, ou no máximo um "como posso me teletransportar daqui sem deixar vestígios?".

É, deve haver uma boa explicação.

Talvez seja um espírito que decide que é a hora de ele falar, e todos se calam.
Talvez sejam os neurônios espelhos espelhando o silêncio e constrangimento dos outros.
Talvez seja uma pequena depressão que segue grandes euforias, como se um pico de energia causasse um pequeno apagão.
Talvez não seja nada disso...

Mais um dela!

Meu predileto nº 1:

"::Do início ao mail.

Fecha a porta. Fecha a janela. Fecha a boca e me escuta um pouco. Baixa a guarda, tenta não comprar briga, ainda não foi o suficiente? Eu cansei. Agora vou responder a todas tuas ofensas com sorrisos e tranformar todas as flechas em flores. Vou te desarmar até você desistir de tentar me agredir. Você me atinge simplesmente respirando, não precisa atirar só pra me ver sangrar. E eu sei que te atinjo também, não adianta negar, eu vi, eu sei e eu sinto. Não adianta nem gritar, como você sempre faz. A única resposta vai ser meu silêncio. Sabemos, ambos, que é verdade, e que ainda não terminou. E por mais que tentemos, não termina até chegar ao fim, e nós paramos na metade. É, eu também não queria que fosse assim. Queria poder te apagar e começar de novo, de longe, sem duelos. Sem egos, sem gritos, sem choro, sem brigas de maternal. Sem nada além do que flui, sem teus morros e monstros no caminho. Teus, porque os meus viraram anjinhos. Todos temos motivos, darling, mas chega de guerra. Agora vou transformar toda a revolta em perfume, toda a agressão em veludo, toda a mágoa em doce e toda o rancor em música. Eu sei que são tentativas de demostrar o que sente, explosões de carinho em forma de violência, mas isso acabou. Fecha a porta. Fecha a janela. Fecha os olhos e espera. Um dia melhora. Paz."

Clarah Averbuck

Homenagem (não é plágio)!

Lembrei-me do Blog que eu mais amava há 9 anos atrás.
A pessoa que me falou dele não existe mais na minha vida, e talvez esse blog (e um livro) tenham sido as heranças positivas de sua passagem...

Whatever, o que me importa aqui nesse momento é que estou FELIZZZZ! porque lembrei do Blog, e lembrei que eu copiei num e-mail pra mim mesma os meus textos prediletos!

E a homenagem é à autora, Clarah Averbuck, Blog Brasileira Preta, capítulo dexedrina!!!!

Segue um dos textos (o primeiro de alguns que porei aqui):

"::: Menina Má

Se você tem medo agora, espere até eu tirar minha maquiagem. Espere. Balanço ao vento, tento ver se vem alguém pelo caminho do meio. Ninguém. E não diga mais nada, não fale comigo, rosno entre os dentes que você me faz querer morrer.

Quero ser suja, puta, louca, quero gritar e sentir meu sangue escorrer nos olhos depois de bater a cabeça na parede, uma, duas, mil vezes. Quero chorar e gritar e tentar fugir e não conseguir. Quero sofrer. Quero dor. Quero conflito. Quero grades, quero sujeira, quero queimar. Vou entrar no meu buraco e de lá não saio até que me provem que aqui fora pode ser melhor do que a insanidade quentinha. Não tente me acalmar, não tente me beijar senão eu corto a tua língua e bebo todo o teu sangue. Não quero ninguém respirando aqui por perto até que eu arranque o último fio da minha certeza. Por favor, não entre na minha casa com esses pés sujos de boa vontade. Deixe a simpatia na porta, junto com os sapatos e os dedos. Pensando bem, deixe também as pernas e venha se arrastando até onde eu possa marchar sobre o teu rostinho limpo. Sujeira. Eu quero sujeira. Talvez se você parasse de fazer a barba as coisas melhorassem um pouco. É isso, pare de fazer a barba e passe essa gilete pra cá."

...foram só sonhos...

mas neles quase morri duas vezes!
Em um eu subia em um lugar semicircular, parecia o Brasília Shopping! Subia pra salvar um gatinho ou um bebê, agora não me lembro... Mas uma vez lá em cima, comecei a escorregar e caí de bunda lá embaixo, vários metros de altura! Doeu pra caramba, minha prima apareceu, o bebê ou gatinho não se machucou e ninguém deu a mínima pras minhas dores... começamos a falar de dever de casa e o sonho acabou.

O outro foi mais estranho... precisávamos pegar um elevador, mas era só uma área destinada a ser elevador dentro do prédio, no canto... tinha um tempo estabelecido pras pessoas ocuparem a área, circular, e então tocava uma sirene e subia do chão uma coisa pra dividir essa área do resto, em forma de ondinhas. Uma pessoa tentava entrar depois da sirene, mas essa coisa subia depressa e ela ficou. Então o elevador começava a subir, mas o teto não saía de lá. Ficamos prensados contra o teto e morreríamos todos esmagados, mas o sonho nao quis me matar, rolou um "deja vu" e ao percerbermos que o teto não iria abrir, saltamos todos de volta pro chão! Menos a pessoa que tentou entrar e não conseguiu... nessa hora era um homem (antes parecia uma mulher de terno e gravata).Esse homem ficou lá, e morreu esmagado entre o teto e o elevador.

Houveram mais sonhos, mas não lembro...

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Querido Blog...

Hoje iniciei um Twitter.

Resolvi experimentar essa nova ferramenta tecnológica-ultra-ligeira de comunicação on line, até porque estava me sentindo meio excluída, digitalmente falando.

Por favor, querido Blog, não se sinta traído. Vim aqui te dizer que minha admiração e carinho por você cresceram ainda mais! Você me dá todo o espaço que preciso, uma real liberdade de expressão, em forma e conteúdo!

O Twitter é um fast food internético, pílulas de informação. Ele limita meu espaço!! Acredita? Eeeeeuuuu, que nunca caibo nas linhas a mim destinadas, que sempre falo mais do que deveria, principalmente por escrito, eeeeuuu, estou tentando caber lá.

Eu, verborrágica (eba, uma proparoxítona!), metafórica (outra!!) e prolixa (na verdade, nem me considero...), tendo de me conter e contar as letrinhas!

O Twitter nem me deixou citar uma frase completa de Freud...

Contudo, inclusão é inclusão, estou no "mundo" e dependo, como todos, do olhar do "outro" para existir e talz... tentarei me adaptar ao twitter!

Mas não se preocupe, nosso relacionamento é sério, e eu não te abandonarei!!

Beijo!

Um brinde a Maslow!

E à sua Pirâmide de Necessidades!!

Há controvérsias, sempre há, mas o rapaz não mentiu.

Uma pessoa sem suas necessidades mais básicas satisfeitas não consegue se focar em objetivos mais nobres.

Um ser humano com fome, ou apertado para ir ao banheiro, ou com sono, ou com sede, vai ficando menos racional a cada segundo que passa. Se transforma gradualmente em um bicho, no pior sentido que a palavra pode ter... não demora para começar a rosnar, morder se necessário. A irritação fica à flor da pele, e um simples bom dia pode despertar uma ira fenomenal!

Como pensar em ter sucesso, em fazer amigos, em diversão, em trabalho, em estudar, se sua barriga ronca, ou sua garganta está seca, ou seus olhos estão pesados e seu cérebro está lento?

Não dá.

E isso explica muita coisa...

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Matutando sobre o "óbvio"

Às vezes penso que as coisas são bem óbvias.

Penso que o que penso faz tanto sentido que não faz sentido algum alguém pensar o oposto do que eu penso. Só que olho pro "mundo" e vejo que as coisas não são como deviam ser, óbvias.

Então penso sobre o que penso, e percebo que tem tanta gente no "mundo"... gente que viveu coisas que nunca vivi, viu coisas que nunca vi, sentiu coisas que nunca senti... gente que convive com gente capaz de coisas com as quais nunca convivi...

Há quem faça o mal, e quem goste disso. Quem sinta prazer com o que me causa horror. Provavelmente há quem não entenda o que me dá prazer.

Somos todos tão ínfimos...

Se penso nos porquês de o "mundo" não ser melhor do que é, sempre me deparo com uma coisa enorme, concreta, fortíssima, uma verdadeira muralha intransponível: o "conflito de interesses".

"Interesses" seriam os pensares e quereres de cada um, construídos com base em seus sentires, viveres, saberes (se essas palavras por acaso não existirem, basta que o sentido delas seja compreendido).

É isso que torna pouco óbvio para um alguém o que é óbvio pro outro. É isso que embaralha o "mundo": é como um navio ENORME, com cada um, ou cada grupinho, remando pra um lado.

Há quem queira um "mundo" menos poluído, e há quem queira aumentar a produção industrial; há quem queira que as pessoas se abracem mais, e quem queira que todos desapareçam, pelo menos fisicamente; há quem queira menos carros nas ruas, e quem queira ruas mais largas pra caberem mais carros; há quem queira que as crianças abandonadas em orfanatos possam ser criadas em um lar afetuoso, independente do sexo e opção sexual dos tutores, e há quem pense que existem coisas no mundo que Deus não aprova (esquecem que se o "mundo" é de Deus, criação Dele, e que se Ele ainda manda por aqui, podendo nos mandar pras cucúia tão logo dê na telha Dele, então nada que Ele não queira existiria...). Há quem pense que educar é pôr nos trilhos, fazer andar na linha, deformar até conformar a cabeça das criancinhas no formato X que a sociedade quer (interpretação de cada pai/mãe), e há quem pense que educar é dar suporte e condições pra que aquele serzinho desenvolva suas potencialidades, seja criativo, feliz, questionador, e possa mudar o mundo! Há quem pense que "se o outro faz errado, eu também posso", e há quem pense que fazer certo é difícil, mas é o certo, oras bolas, é o que se deve fazer e exigir de todos!

Há quem pense que o que é público não é de ninguém, sem dono, e que todos podem depredar... e há quem veja o que é público como de todos, e que cada um é responsável!

Resumindo, há de um tudo no "mundo".

O que eu penso nada mais é do que minha opinião. Assim como o que você pensa.

Então pense duas vezes antes de impor sua verdade aos outros, porque ela só é óbvia pra quem pensa igual a você...

Como diz uma amiga querida: todo ponto de vista nada mais é do que a vista de um ponto.

quarta-feira, 2 de junho de 2010

"SE"

Condicional.

Algoritmo.

Arrependimento.

Opção.

Impotência.

Culpa.

Futuro do pretérito.

"Se eu..."


PARE AGORA!
O tempo só anda pra frente.

Verbando

__SABER__________________________PERDER
__GANHAR________________________SOFRER
__QUERER________________________CANTAR
__PARAR__________________________CHORAR
__BUSCAR_________________________GRITAR
__PRAZER_________________________MATAR
__AMAR__________________________BATER
__VIVER__________________________MORRER

__SAIR___________________________ANDAR
__FUGIR__________________________CORRER
__PARTIR_________________________PULAR
__RUGIR__________________________MORDER
__BANIR__________________________LARGAR
__SUMIR__________________________PODER
RESSURGIR________________________AMAR
__SORRIR_________________________VOCÊ.

terça-feira, 1 de junho de 2010

O ego e o ogro

Era uma vez um ego.

De tanto amor se achava o sol, mas o calor era só seu. Certezas tinha de sua luz, brilhava tanto que "chega dói". Inflado, inchado, convencido, exibido.

Passeava, saltitante, ensimesmado como sempre, nem via o mundo que mal lhe queria. Cego em si, caiu num buraco.

Escuro, frio, úmido, surdo... sentiu falta de sua própria luz. Por que seu calor não estava ali? Olhou pra fora, fora de si (lugar novo!!), e deu de cara com um ogro.

O ogro, assustado, olhava pro ego, pobre coitado, perdido, ralado, bobinho, pelado, pequeno, tão fosco...

Se olhavam assim, surpresos, calados, e juntos pensavam: que bicho do avesso!


...

Aniversário da pandemia!

  Brasil. Pandemia. Vai fazer um ano... um ano de isolamento. Um ano de crianças sem escola, um ano de homeoffice . Um ano agradecendo que n...