sexta-feira, 4 de junho de 2010

Matutando sobre o "óbvio"

Às vezes penso que as coisas são bem óbvias.

Penso que o que penso faz tanto sentido que não faz sentido algum alguém pensar o oposto do que eu penso. Só que olho pro "mundo" e vejo que as coisas não são como deviam ser, óbvias.

Então penso sobre o que penso, e percebo que tem tanta gente no "mundo"... gente que viveu coisas que nunca vivi, viu coisas que nunca vi, sentiu coisas que nunca senti... gente que convive com gente capaz de coisas com as quais nunca convivi...

Há quem faça o mal, e quem goste disso. Quem sinta prazer com o que me causa horror. Provavelmente há quem não entenda o que me dá prazer.

Somos todos tão ínfimos...

Se penso nos porquês de o "mundo" não ser melhor do que é, sempre me deparo com uma coisa enorme, concreta, fortíssima, uma verdadeira muralha intransponível: o "conflito de interesses".

"Interesses" seriam os pensares e quereres de cada um, construídos com base em seus sentires, viveres, saberes (se essas palavras por acaso não existirem, basta que o sentido delas seja compreendido).

É isso que torna pouco óbvio para um alguém o que é óbvio pro outro. É isso que embaralha o "mundo": é como um navio ENORME, com cada um, ou cada grupinho, remando pra um lado.

Há quem queira um "mundo" menos poluído, e há quem queira aumentar a produção industrial; há quem queira que as pessoas se abracem mais, e quem queira que todos desapareçam, pelo menos fisicamente; há quem queira menos carros nas ruas, e quem queira ruas mais largas pra caberem mais carros; há quem queira que as crianças abandonadas em orfanatos possam ser criadas em um lar afetuoso, independente do sexo e opção sexual dos tutores, e há quem pense que existem coisas no mundo que Deus não aprova (esquecem que se o "mundo" é de Deus, criação Dele, e que se Ele ainda manda por aqui, podendo nos mandar pras cucúia tão logo dê na telha Dele, então nada que Ele não queira existiria...). Há quem pense que educar é pôr nos trilhos, fazer andar na linha, deformar até conformar a cabeça das criancinhas no formato X que a sociedade quer (interpretação de cada pai/mãe), e há quem pense que educar é dar suporte e condições pra que aquele serzinho desenvolva suas potencialidades, seja criativo, feliz, questionador, e possa mudar o mundo! Há quem pense que "se o outro faz errado, eu também posso", e há quem pense que fazer certo é difícil, mas é o certo, oras bolas, é o que se deve fazer e exigir de todos!

Há quem pense que o que é público não é de ninguém, sem dono, e que todos podem depredar... e há quem veja o que é público como de todos, e que cada um é responsável!

Resumindo, há de um tudo no "mundo".

O que eu penso nada mais é do que minha opinião. Assim como o que você pensa.

Então pense duas vezes antes de impor sua verdade aos outros, porque ela só é óbvia pra quem pensa igual a você...

Como diz uma amiga querida: todo ponto de vista nada mais é do que a vista de um ponto.

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