quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Passa tempo, tic tac

Tic tac, passa hora

Chega logo, tic-tac

Tic-tac, e vai-te embora

Passa, tempo

Bem depressa

Não atrasa

Não demora

Que já estou

Muito cansado

Já perdi

Toda a alegria

De fazer

Meu tic-tac

Dia e noite

Noite e dia

Tic-tac

Tic-tac

Tic-tac . . .


Essa poesia, do grandessíssimo Vinícius de Moraes, que eu achava linda e fofa e tive de decorar na minha infância, é uma das responsáveis pelos tempos acelerados que estamos vivendo. Foi esse reloginho que mandou o tempo correr...

Naquela época o tempo era sempre maior do que os afazeres. O tempo era lento, e eu entendia a agonia do Vinícius. O tempo dava e sobrava pra tudo, cada dia durava uma semana, cada ano durava uma década. Ele não passava. E a vontade era pedir pra ele dar uma corrida, andar rápido, trazer o Natal, a páscoa, o aniversário, as férias!!!

Agora não.

Vem fim de semana, delícia, sempre agenda cheia e descanso de menos e já é segunda, e num respiro já é quarta, uma pequena distração e já é sexta de novo! Assim chegou novembro, e já está quase no fim! 2010 passou tão lento e tão rápido, dão doloroso e tão superficial, tão diferente e tão igual... às vezes me pergunto se sou sã.
Não sei. O que é ser são, afinal? Ter aquela velha velha opinião formada sobre tudo? Ou vestir-se de "metamorfose-ambulante-que-só-sabe-que-nada-sabe-e-está-muito-bem-assim"?

Pois não sei.

Sei que o relogio pediu, e ele, o Tempo, obedeceu... ele passa, tic tac, tic tac e vai embora...

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