sexta-feira, 12 de agosto de 2011

O mal e eu

O mal é um assunto que me interessa.
Interessa-me do tanto que não gosto dele, e interessa-me pela consciência do mal que há em mim.
Há. Eu sou má. Eu sinto ódio. E impaciência.
Tenho vontade de torturar com minhas próprias mãos as pessoas que abusam de crianças.
Tenho vontade de dar chutes, com bota de ponta fina, nas partes baixas dos homens mais machistas, mostrando a eles que o que julgam ser um objeto tão cheio de poder é, na verdade, um de seus pontos mais fracos.
Tenho ganas de devolver em dobro o sofrimento que os cruéis inflingem aos "inocentes", aos mais fracos.
A intolerância e agressão ao diferente, essa atitude de se fazer superior pela força física, pra mim expõe toda a fraqueza e medo do agressor. Mas do agressor não tenho dó, tenho raiva.
Meu sangue é quente e corre rápido pelas veias, e eu sou, também, má.

Mas também não sou só má, e a isso me apego. Sei que é com sorrisos e boas ações, com respeito e carinho pela humanidade do outro, que posso ter alguma chance de ajudar o mundo a ser um mundo um pouco melhor. Não vai ser com meu ódio e minhas botas que desentortarei os outros, por mais vontade que de vez em quando eu sinta.

Há em mim, junto ao ódio, muito amor. Acho que somos todos assim.

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