terça-feira, 11 de maio de 2010

Pra sempre a saudade.

"Sentimos que nunca acaba de caber mais dor no coração..."

O que a gente faz quando uma pessoa se retira da nossa vida? Quando uma pessoa querida se retira do mundo?

No dia seguinte, o dia amanhece. As horas continuam passando, no seu mesmo passo, e pode fazer sol ou estar nublado, como hoje. Hoje, prefiro o nublado.

Pro mundo (seja lá o que for isso) parece que nada aconteceu... Pra mim, falta um pedaço. Falta uma certa voz, e um jeito específico de falar... no lugar, a certeza de que esse alguém nunca mais vai me fazer comer mais pudim do que eu quero... no lugar do pedaço que falta, várias memórias que repasso querendo gravá-las mais fundo, pra não esquecer nunca...

Minha avó se foi... se foi meio que aos poucos, mas rápido demais pra quem, como todos nós, estávamos acostumados com tanta vida, tanta energia, tanta voz, tanta vontade. Rápido demais. A dor não vai passar tão depressa...

Já ouvi que a morte é a musa da filosofia, é a mãe de todo o mistério, é o cúmulo do desconhecido, do não saber. E diante da mais certa de todas as incertezas, só nos resta querer acreditar. Querer acreditar em céu, querer acreditar que a vida continua, que a alma continua, que o que chamamos de vida que é passageiro, que o que conhecemos é onde cabe o sofrimento, que pra lá da vida há a paz, a certeza, o conhecimento, o fim do mistério, e que é melhor que aqui. Precisamos acreditar, porque não faz sentido, nenhum sentido, uma pessoa deixar de existir, uma vida chegar ao fim, alguém nos abandonar sem chance de reencontro, sem lembranças futuras, sem os hábitos de costume. Só nos resta querer acreditar, e eu quero acreditar que a ausência, e não a permanência, é temporária. Que as separações são por enquanto, e não pra sempre!

Para sempre... seja lá o que isso for...

Fica o amor, fica a saudade, o exemplo de entusiasmo, de ânimo, de independência, de alegria, de força e coragem! Fica uma família orgulhosa de ter tido alguém como ela à frente, fica uma família com histórias de lutas diárias, fica uma família triste, faltando um pedaço, uma família que continua escrevendo sua história, mesmo sem alguns personagens fundamentais... E o que fica dela é tudo de bom que cada um de nós leva na memória!

Zeza, dona Zélia, vó... vai em paz, te amamos muito!

2 comentários:

  1. Drí, Roseira, minha marida, esposa, irmã, amante,amiga dos peitos, não tem jeito, a morte dói e dói demais. Por outro lado, a morte é um descanso. A saudade é gigante,mas conforta um pouco saber que agora a Zelinha tá em outro ciclo e continua espalhando doçura por esse universo em que nada "acaba", tudo é energia e tudo se transforma. Te amo e se quiser chorar comigo eu choro contigo e te faço um cafuné! Bjão

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  2. ...mas não seguimos à toa, dri!!
    a saudade fica e só aumenta, mas ela tá seguindo o caminho dela...resta a quem ficou seguir o seu tb, e aguardar o reencontro.
    tb sinto saudades dela, e ó q nem era minha vó...era minha amiga fofa q achava bonito eu beber cachaça e fumar paioso...meu ombro, minha casa, meu coração tb estão a postos pra vc, amada!!
    bjão!!

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